O que é espasticidade? Como Intervir?
(O que é espasticidade? Dra. Beverly Cusick)
A espasticidade pode ser definida como a alteração motora caracterizada por hipertonia e hiperreflexia, secundárias a um aumento da resposta do reflexo de estiramento, diretamente proporcional à velocidade de estiramento muscular passivo.
Além disso, pode ter potencial incapacitante, podendo produzir dificuldades funcionais, deformidades e dor.
Mas como intervir nesses casos?
É mais fácil diagnosticar do que definir e é mais fácil definir do que tratar.
Tudo isso porque não existe um tratamento de cura definitiva da lesão e o tratamento é multifatorial, visando diminuição da incapacidade. Além disso, esse tratamento deve estar inserido dentro de um programa de reabilitação e o seu tempo de função deve ser pautado na evolução funcional do paciente.
É preciso ter em mente que, existem diversos recursos que podem auxiliar o paciente nesse momento, como: cinesioterapia, mecanoterapia, mobilização articular, medicina física (crioterapia, termoterapia, eletroterapia), biofeedback, estimulação elétrica funcional, hidroterapia, equoterapia e uso de órteses para um posicionamento adequado.
Nesse processo é possível observar algumas alterações motoras de intensidade variável que podem estar associadas, como:
– Hipotrofia muscular;
– Diminuição da força muscular;
– Lentificação dos movimentos;
– Perda da seletividade e destreza/ equilíbrio;
– Sincinesias / reações associadas (execução simétrica de qualquer movimento, sem significado funcional);
– Fatigabilidade do sistema músculo-esquelético.
Segundo a fisioterapeuta Beverly Cusick que estuda a questão de espasticidade por décadas, para entender a sua relevância na paralisia cerebral, ela explica que cortar, veneno, não ajuda em nada seus filhos ou pacientes.
Para avaliar o desenvolvimento do caso na criança, devemos focar na estrutura e função do corpo, podendo utilizar algumas escalas:
– Escala Modificada de Ashworth: avalia o momento da amplitude articular em que
surge a resistência ao movimento;
– Outras escalas: Tardieu modificada (R1 e R2);
– Goniometria: limitação de ADM e de extensibilidade muscular; SAROMM;
– Força muscular: fraqueza muscular; teste de força muscular manual; FSA; TEM
– Marcha: velocidade, qualidade, comprimento do passo; GaitRite
Por fim, as evidências científicas atuais revelam o potencial dos exercícios resistidos para promover ganhos funcionais em crianças com Paralisia Cerebral, mas a capacidade de manter os ganhos precisa ser melhor pesquisada.
Equipamentos de baixo custo e fácil acesso possibilitam a implementação desta abordagem intervencionista na rotina clínica dos centros e consultórios de reabilitação infantil.