Principais alterações posturais na Paralisia Cerebral
(Alterações Posturais)
Alterações posturais ou desvios posturais podem ser entendidos como modificações que ocorrem no conjunto de posições das articulações do corpo em um dado momento, em que o centro de gravidade de cada segmento corporal está alinhado verticalmente com o segmento abaixo
No caso de pacientes que apresentam paralisia cerebral, ou seja, uma lesão neurológica, causada por danos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento e que podem acabar afetando os movimentos, a postura e as habilidades motoras dos indivíduos que apresentam essa condição, as principais deformidades posturais são: obliquidade pélvica, pernas em ventania, escoliose e subluxação ou luxação de quadril.
Sabendo disso, o que realmente acontece nesses casos? Quais são as principais indicações nessas situações?
Obliquidade Pélvica na PC
A obliquidade pélvica pode ser definida como uma assimetria da pelve no plano frontal, é identificada e medida no exame clínico ou raio X, podendo causar dor e levar ao surgimento de úlceras de pressão. Além disso, dificulta a
manutenção da postura sentada e de pé, reduzindo as habilidades funcionais.
Pode ser caracterizada de acordo com a origem anatômica da causa primária, se dividindo primordialmente em 3 grupos:
- Supra-pélvica (Assimetrias de tronco): Encurtamento ou contratura unilateral do iliopsoas, abdominais ou quadrado lombar;
- Infra-pélvica (Alterações no quadril): Encurtamento ou contratura dos músculos ao redor do acetábulo e da cabeça femoral. Além da sub ou luxação do quadril. É a mais comum;
- Intra-pélvica (Hipoplasia dos ossos da pelve): É o tipo mais raro;
Vale lembrar que, em crianças menores, a obliquidade pélvica pode ser causada por um alteração do tônus, não apresentando nenhuma outra deformidade.
Escoliose Neuromuscular
A escoliose é definida como alteração estrutural da coluna vertebral, no qual ocorre uma curvatura no plano coronal maior que 10°. A escoliose neuromuscular ocorre em indivíduos com um diagnóstico neuromuscular pré-existente, sendo que 25-74% dos indivíduos com paralisia cerebral apresentam essa condição.
Ademais, o risco de escoliose aumenta com a idade e com o nível do GMFCS! Sendo mais comum em meninas!
Todo esse contexto gera ainda mais dificuldade em manter a postura sentada e de pé, limitando a mobilidade e restringindo a participação na vida diária do paciente.