O que gera a estenose vaginal em pacientes oncológicos?
(Estenose Vaginal)
A radioterapia é um tipo de tratamento que se utiliza de radiações ionizantes, ou seja, fótons dos aceleradores lineares, tendo como principal objetivo destruir as células do tumor, impedindo que elas se multipliquem.
Nesse processo, tanto as células normais quanto às tumorais são sensíveis à radiação, porém há maior ação em células tumorais com altas taxas de duplicação. Além disso, este tratamento gera elevadas doses de radiação que causam redução de suprimento sanguíneo, hipóxia e necrose.
Sendo possível observar que a redução da perfusão sanguínea dos tecidos irradiados leva à redução dos mecanismos de resposta imunológica. A partir disso, a estenose vaginal se torna uma condição comum, principalmente quando a braquiterapia é escolhida para o tratamento.
Mas afinal, como esse tratamento realmente ocorre?
Braquiterapia X Estenose Vaginal
A braquiterapia se propõe a distribuir a dose terapêutica priorizando os pontos de maior atividade neoplásica, visando, com isso, maior eficácia com menor probabilidade de complicações.
Podendo também, ser associada a teleterapia ou utilizada como tratamento exclusivo. Diante desse contexto, a Estenose Vaginal Radio Induzida pode ser caracterizada pelo estreitamento e/ou encurtamento do canal vaginal. Esse processo é resultante do acometimento da mucosa vaginal, dos tecidos conectivos e dos pequenos vasos sanguíneos, levando a uma diminuição do aporte sanguíneo com subsequente hipóxia e desenvolvimento de telangiectasia.
Além disso, pode ser causada também por acúmulo de tecido cicatricial, pelo aumento na produção de colágeno no tecido conjuntivo, gerando fibrose, redução da umidade vaginal e diminuição da capacidade de elasticidade da vagina.
Como pode ser classificada?
É possível observar que, quanto maior a dose, maior a chance de ter estenose logo após finalização do tratamento. Porém, é considerada um efeito subagudo da radioterapia, podendo aparecer até 5 anos após o término do tratamento.
Sendo classificada primordialmente em 6 graus:
- Grau 0: mulher assintomática;
- Grau 1: mulher que refere alguma alteração ou desconforto vaginal;
- Grau 2: mulher que apresenta estreitamento e/ou encurtamento vaginal;,
- Grau 3: mulher que apresenta constrição total da vaginal, identificada na inspeção visual durante a realização do exame ginecológico e que impossibilita a realização do exame ginecológico e a atividade sexual;
- Grau 4: a mulher apresenta úlcera e necrose no canal vaginal;
Grau 5: a mulher apresenta fístulas vesicais e/ou intestinais.
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